Arranhões provocam dôr, sangram, deixam cicatrizes, por isso são indesejáveis. Quando eu era criança, vivia com os joelhos, braços e outras partes do corpo esfoladas. Peraltices, afinal crianças vivem correndo para lá e para cá, têm muita energia para gastar. Todos nós somos, ou já fomos assim. Hoje, as cicatrizes que trago em meu corpo, não me deixam esquecer as experiências que vivi e em que circustâncias eu as adiquiri. Foram os tropeções e tombos dos primeiros passos que nos deram a noção de equilíbrio. Para andar de bicicleta foi necessário que nossos pais tirassem as rodinhas. Dezenas de quedas aconteceram, mas, quem aprendeu a pedalar nunca mais esquece. A maioria das cicatrizes são resultado de algum descuido ao realizar alguma atividade perigosa ou mesmo a brincar displicentemente. Hoje, já crescidos, instintivamente evitamos quedas e arranhões. A dôr é sempre desagradável. Por isso, buscamos uma vida com atividades seguras e agradáveis. Deus, as vezes, para nos ensinar algo, tira as rodinhas da bicicleta e na maioria das vezes Ele faz isto de uma vêz só. Tira as duas rodinhas e a gente se esborracha no chão! Alguns se levantam e aprendem a lição a partir daí, não vão mais precisar de rodinhas. Outros, entretanto, voltam a usar pelo menos uma rodinha de apoio, mas aprendem alguma coisa com os tombos . O curioso é que há aqueles que já aprenderam a cair de joelhos. Os joelhos são calejados e resistentes e cair de joelhos, como diz uma antiga canção, é melhor. Porque : arranhões na alma? O fato é que arranhões na alma não são produzidos por tombos, mas, sim, por palavras. Vivemos dias em que as mensagens pregadas nos púlpitos das igrejas são como as bicicletas de rodinhas da nossa infância. Alguns crentes não houvem de seus pastores palavras que produzam arranhões na alma. Os sermões produzem cócegas na alma e massagens no ego. Por isso o que temos hoje na "maioria da igrejas do Brasil" são crentes mimados, despreparados, melindrados, medrosos, incapazes de ouvir uma palavra mais dura que produza lágrimas amargas de arrependimento. Como as de Pedro após ter negado a Jesus. É tempo de sermões e mensagens que produzam arranhões nas almas, chega de bajulação nos púlpitos. Nem sempre o amor pode ser traduzido em palavras suaves e de conforto. O bom Deus também manifesta seu amor nos impondo limites e nos doutrinando segundo sua vontade.
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